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Em um universo majoritariamente masculino, plataformas virtuais e a comunicação especializada vêm ajudando a amplificar as vozes femininas.

No Brasil, a agropecuária é estratégica. Afinal, o segmento é responsável por quase um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) e praticamente metade das exportações do país. No entanto, esse ainda é um mercado tido como predominantemente masculino, o que afeta diretamente a forma como a comunicação e a publicidade sobre esse assunto são pensadas.

Mercado especializado em Agronegócio

A agência Muta Ecossistema atende o segmento agro há mais de sete anos e segundo as sócias, o meio é muito masculino. Não só no campo, mas em todos os pontos de contato, como a cadeia produtiva, áreas de marketing, entre outros. Recentemente, no entanto, a agência vem percebendo um aumento gradual de mulheres nos negócios.

Para Clarissa da Rosa, o público feminino vem ganhando espaço porque elas estão se inserindo cada vez no contexto. Ou seja, pela agricultura familiar, em cargos de sucessão, nas redes sociais, além do aumento de mulheres que buscam formação em áreas específicas do campo. “Elas estão ganhando visibilidade porque têm buscado esse lugar, bem como buscado o eixo da profissionalização”, comenta.

Outra mudança são as feiras – bem comuns no universo do campo pré-pandemia. Além de uma presença maior de mulheres nos eventos, Clarissa diz que começou a aparecer mais solicitação para usar nos banners, por exemplo, imagens com mulheres e fugir do estereótipo do agricultor homem. A especialista conta que as empresas deste mercado têm buscado campanhas mais humanizadas.

“O que antes era restrito ao processo de venda, hoje é mais sobre entender a jornada do agricultor como um todo”, argumenta.

Clarissa da Rosa

Influenciadores digitais

As mudanças no perfil do mercado afetam diretamente a forma como a comunicação é pensada para atingir este público. Pesquisas indicam que o tomador de decisão no campo é um homem de aproximadamente 46 anos, conectado e ávido por informação, que difere totalmente do estigma de senhor desatualizado. Dados apontam que 90% dos produtores acessam as redes sociais para se informar sobre processos e 70% destes produtores utilizam Whatsapp como troca de informação e até para fechar negócios.

Em um país diverso como o Brasil, em que a agricultura é essencial para a economia, as marcas precisam encontrar formas de falar com o tomador de decisão. Isso combinado a maior presença feminina nos negócios, a ampliação de informações segmentadas, como é o caso do portal Agromulher, aceleração digital na pandemia e o advento das redes sociais deu voz a um novo tipo de comunicação feito por meio dos agro influencers.

Para Rachel Frota, sócia da Muta, o aumento dos influenciadores digitais como ferramenta estratégica para atender nichos é um movimento global que vem sendo mapeado desde 2017/2018.

“O Brasil é diverso. Microinfluenciadores trazem um olhar mais de proximidade e confiança e podem ajudar a entender mais do negócio de cada região”, diz.

Rachel Frota

Atualmente, há uma infinidade de perfis sobre o assunto, mas algumas mulheres que se destacam são: @deniseresend@prioriagro@caamilatelles; @camilaagro e @rwdmann. 

Reprodução do artigo no Portal Metrópoles. Acesse aqui o conteúdo original.

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