Pra mim, o autor utilizou “lições” como um grande eufemismo. Do começo ao fim ele nos enche de provocações sobre pensamentos, costumes e lógicas que já não cabem mais em nossas sociedades.
“Os humanos pensam em forma de narrativas e não de fatos” – Yuval Noah Harari.
Com esta primeira frase do livro, o autor dá indícios sobre a ótica de suas análises. Bom, compartilho aqui as lições que mais ressonaram com as minhas inquietudes, estudos e desejo de abrir espaço à discussão:
- Precisamos ressignificar a narrativa liberal
- Urge criarmos uma nova narrativa econômica e política que consiga englobar em sua agenda a necessidade de regularmos e debatermos sobre os impactos da tecnologia na força de trabalho e empregabilidade de milhões de pessoas que ficarão “obsoletas” nos próximos anos. Afinal, nem mais para a guerra precisamos de pessoas, haja vista a imensa adoção de drones e mísseis.
- Estamos na década (ou mais) do Lifelong Learning. Se você não conhece este conceito, pesquise agora.
- Parece um exagero, mas faz sentido quando ele nos alerta sobre o risco do surgimento dos SUPER-HUMANOS, que ao lançarem o uso da biotecnologia para realizarem melhorias cognitivas e físicas em seus organismos gerarão um novo tipo de desigualdade no mundo. Por isso a essencial importância de debater e regular questões éticas sobre a utilização desse tipo de tecnologia. (Discussão que Yuval aprofunda mais em sem outro livro Homo Deus)
- Regulamentação sobre o uso de Inteligência Artificial, Big Data e Biotecnologia cujas possibilidades de aplicação são infinitas e da forma como estamos hoje poderemos migrar para uma “Ditaduras Digitais” onde governos e empresas terão tanta informação sobre nós que poderão exercer manipulação e discriminação sem que saibamos.
- Se na revolução agrícola o maior poder era ter terra, na revolução moderna passou a ser máquinas e fábricas, e hoje é propriedade de dados.
- A proporção do desafio ecológico que enfrentamos hoje requer colaboração e atuação global, precisamos extrapolar o pensamento isolado em nações.
- Acredito que esta frase do Yuval resume bem outra lição: “a religião não tem realmente muito a contribuir para os grandes debates políticos de nosso tempo”
- Não temos livre-arbítrio uma vez que não controlamos o objeto do nosso desejo.
